Mitos e verdades sobre o glúten

Gluten free food. Various pasta, bread and snacks on wooden background from top view

 

Muito se ouve dizer que o glúten engorda. Uma dieta sem glúten promete um rápido emagrecimento, por conta disso, as pesquisas na internet sobre dietas sem glúten são as mais pesquisadas entre os brasileiros no google.  

Mas afinal, o que é o glúten? Eliminá-lo das suas refeições vai causar perda de peso? Faz mal viver sem glúten? O assunto gera dúvidas. Para esclarecer o tema reunimos dados de estudos realizados por especialistas em todo o mundo que evidenciaram 6 mitos e verdades sobre o assunto.
 

1. Alimentos sem glúten são mais saudáveis?  

A verdade é que DEPENDE. Isso mesmo, depende. Uma alimentação saudável não está associada a ter ou não o glúten. O glúten é uma proteína presente no trigo e em outros grãos como cevada e centeio, uma pessoa que não possua a doença celíaca ou mesmo a sensibilidade ao glúten pode manter uma dieta saudável consumindo glúten normalmente.  

 

2. Ser intolerante ao glúten é ser celíaco?  

Isso é um MITO.
A doença Celíaca ou Sensibilidade ao Glúten não Celíaca são dois diagnósticos com alterações gastrointestinais distintas. Estima-se que de 1% a 2% da população seja celíaca, enquanto, de 6% a 15%, tenha sensibilidade ao glúten.
Na doença celíaca há o componente imunológico que faz com que a mucosa do intestino se inflame. Isto gera a perda da integridade deste órgão, com o consequente prejuízo na absorção de algumas vitaminas e minerais. Desta forma, há um prejuízo orgânico enorme. No caso da Sensibilidade ao Glúten não Celíaca, não há este componente imunológico bem definido. Portanto, é como se este tipo de alimento não fosse bem aceito pelo organismo, mas sem que isto leve a um impacto orgânico.
“Desta forma, a sensibilidade ao glúten está mais associada ao desconforto e sintomas digestivos que trazem prejuízo à qualidade de vida, do que propriamente alterações orgânicas do intestino ou distúrbios nutricionais”, explica o médico gastroenterologista, proctologista e nutrólogo Fernando Valério. 

 

3. As mulheres têm mais chances de desenvolver a doença celíaca? 

Sim, VERDADE. As mulheres são as mais afetadas pela intolerância ao glúten. A proporção é de duas para cada homem. Estudos internacionais apontam que até 70% das pessoas diagnosticadas atualmente são do sexo feminino. Fatores genéticos são apontados como responsáveis. 

 

4. Restringir o glúten da dieta provoca perda de peso? 

MITO! Não há estudos que comprovem a relação do glúten com a perda de peso. O que muitas vezes acontece é que retirando ou reduzindo o consumo excessivo de alimentos que contém glúten (pães, biscoitos, e massas produzidos com farinha refinada, por exemplo), por serem muito calóricos e possuírem alto índice glicêmico e poucas fibras, contribuem a redução da glicose sanguínea, níveis de insulina e para a redução do peso, mas isso está relacionado ao hábito alimentar e não necessariamente ao glúten. 

 

5. É possível desenvolver predisposição à intolerância ao glúten simplesmente por retirá-lo da alimentação?  

MITO. Até onde já se estudou, não há benefícios diretos em abraçar uma dieta livre de glúten, a menos que você tenha sinais ou sintomas quando exposto a esta proteína. Porém, é importante estar ciente de que o glúten não é um nutriente essencial e, portanto, não há mal nenhum em evitá-lo.
Vale lembrar que, estima-se que de 6% a 15% da população sofra de sensibilidade ao glúten e 20% da população da síndrome do intestino irritável, cuja dieta não fermentativa, que inclui a retirada do glúten, é preconizada pelos especialistas para melhor qualidade de vida. 

 

6. Alimentos com glúten levam mais tempo para serem digeridos?

VERDADE. O glúten é formado por duas proteínas: glutenina e gliadina. É uma estrutura complexa que, como outras proteínas, inicia sua digestão (ou quebra para virar aminoácido) no estômago. É considerada a única proteína que o corpo não consegue digerir completamente.
 

Fonte: GQ Globo 

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