Burnout: 12 sinais de que você está com esgotamento profissional

Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, o burnout é uma forma grave de estresse crônico relacionado ao ambiente de trabalho. Ele se caracteriza por três principais dimensões: exaustão emocional, despersonalização e um sentimento reduzido de realização pessoal.

Desde sua descrição inicial na década de 1970, o entendimento sobre o burnout tem evoluído. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Classificação Internacional de Doenças, reconhece a síndrome como um problema sério da sociedade moderna.

A seguir, veja 12 sinais que podem indicar que você está sofrendo dessa condição, que afeta pessoas em todo o mundo, incluindo cerca de 32% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros, de acordo com estimativas da Associação Internacional de Gerenciamento do Estresse.

Exaustão emocional
Se você se sente constantemente fatigado e com a sensação de que está sem recursos emocionais, é importante prestar atenção. A exaustão é uma das características centrais do burnout e ocorre quando o profissional sente que não tem energia para lidar com situações estressantes e com as exigências cotidianas do trabalho, além de perder o entusiasmo pelas suas atividades.

Despersonalização
Essa característica se manifesta em pessoas com burnout, sendo marcada pelo distanciamento emocional em relação aos outros. Esse comportamento distingue o burnout do estresse. Também conhecida como cinismo, a despersonalização acontece quando a pessoa começa a agir com indiferença, exibir comportamentos hostis e adotar uma atitude negativa em relação ao trabalho e às pessoas no ambiente profissional, como colegas, chefes e, em casos de profissões que lidam com o público, pacientes e clientes.

Baixo sentimento de realização
Indivíduos com burnout costumam ter uma sensação reduzida de realização em comparação com aqueles sem a síndrome. Eles se sentem frustrados, desmotivados e insatisfeitos com suas habilidades profissionais, acreditando que suas capacidades são insuficientes. Esse sentimento de incompetência e descontentamento permeia o ambiente de trabalho, tornando tudo uma fonte de insatisfação. Além disso, o trabalhador com burnout não estará em sua capacidade cognitiva máxima, o que pode afetar seu desempenho e levar a uma menor sensação de realização.

Ansiedade
A ansiedade prolongada ou em níveis mais elevados pode causar sofrimento psicológico significativo, afetando o funcionamento diário. Isso pode gerar sintomas cognitivos e físicos, como insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração e dores musculares. Pesquisas mostram que o burnout está correlacionado com sintomas de ansiedade.

Isolamento
O burnout é multifatorial, envolvendo fatores orgânicos, sociais e psicológicos. Assim, os indivíduos afetados podem apresentar sintomas depressivos, sentimentos de inutilidade e fracasso, além de alta irritabilidade. Eles tendem a evitar a interação social, pois manter contato e se comunicar exigem um esforço mental que, no estado de burnout, pode parecer excessivo e desgastante.

Insônia
A insônia é um sintoma comum no burnout, resultante do impacto psicológico, físico e social da síndrome. A dificuldade para dormir é intensificada pelas autocobranças relacionadas ao trabalho e pelo estilo de vida não saudável. A sobrecarga de trabalho, muitas vezes uma tentativa de compensar o sentimento de fracasso, pode piorar a qualidade do sono.

Sintomas físicos
Em períodos de desequilíbrio emocional, como o burnout, o corpo também pode apresentar sintomas físicos devido a reações neurobiológicas e hormonais. O burnout está associado a desordens físicas, como síndromes metabólicas, imunidade prejudicada e doenças cardiovasculares. Outros sintomas incluem dores musculares, cefaleias, problemas gastrointestinais, disfunções sexuais, fadiga, falta de ar, taquicardia, tontura, entre outros.

Alterações no apetite
O corpo pode alterar seu funcionamento para lidar com adversidades, o que pode afetar o apetite. A redução do apetite pode ocorrer devido ao aumento do cortisol, mas o contrário também pode acontecer, levando ao aumento do apetite, em função da predominância de substâncias como a dopamina, que está relacionada ao sistema de recompensa cerebral.

Irritabilidade
A capacidade de lidar com conflitos e controlar impulsos depende da atividade do córtex pré-frontal. No burnout, essa região do cérebro apresenta redução de atividade inibitória, o que torna o indivíduo mais vulnerável a respostas impulsivas e irritáveis.

Dificuldade de concentração/esquecimento
Problemas de memória e dificuldade de concentração são comuns no burnout. O cansaço, a falta de sono e os sintomas emocionais, como ansiedade, interferem na atenção e na percepção do ambiente, resultando no que a psiquiatria chama de hipotenacidade, uma redução na capacidade de processar informações e se concentrar.

Sentimentos de derrota/incompetência
Indivíduos com burnout frequentemente sentem uma diminuição em sua eficácia profissional. Eles experimentam frustração constante, baixas expectativas em relação ao seu desempenho e pensamentos relacionados ao fracasso, o que agrava o quadro emocional da síndrome.

Depressão
O burnout afeta o funcionamento saudável do cérebro, prejudicando diversas vias cerebrais, incluindo o córtex pré-frontal. A disfunção dessa região, especialmente em sua porção lateral, está associada a sintomas depressivos, como tristeza excessiva, perda de prazer em atividades anteriormente agradáveis e dificuldades de concentração. Esses sintomas podem se intensificar à medida que o burnout se agrava, contribuindo para o isolamento e o impacto emocional negativo do indivíduo.

Burnout e depressão apresentam uma forte correlação, com estudos mostrando que 53% dos pacientes com burnout grave também foram diagnosticados com depressão. Contudo, embora compartilhem sintomas semelhantes, essas duas condições são distintas. O burnout está intrinsecamente ligado ao contexto profissional, surgindo devido ao estresse crônico relacionado ao trabalho, enquanto a depressão afeta mais amplamente diferentes aspectos da vida do indivíduo, não estando restrita ao ambiente de trabalho. Ambas as condições podem coexistir, mas seus tratamentos e abordagens podem variar, pois as causas e manifestações de cada uma exigem atenção específica.

Fonte: VivaBem

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