Instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), agosto é o mês de sensibilização e combate aos linfomas, através da campanha “Agosto Verde Claro”, que visa alertar sobre a importância do diagnóstico precoce. Linfomas são um grupo de neoplasias originadas no sistema linfoide, local do nosso organismo onde habitam as células imunológicas, que são responsáveis pela defesa do corpo a agentes externos, como infecções. O sistema linfoide é representado principalmente pelos linfonodos, os gânglios ou ínguas, mas, eventualmente, os linfomas também podem infiltrar outros órgãos ou a medula óssea.
Existem dois tipos principais de linfomas: Linfomas de Hodgkin (LH) e Linfomas não Hodgkin (LNH). Os dois se diferenciam pelo tipo de célula doente e por características clínicas da doença. Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), por razões ainda desconhecidas, os casos de Linfomas Não Hodgkin duplicaram nos últimos 25 anos, principalmente entre as pessoas com mais de 60 anos, atualmente correspondem a cerca de 80% dos casos, sendo o tipo mais comum da doença. Com características distintas, existem mais de vinte subtipos de LNH. Há os subtipos indolentes, ou seja, de crescimento lento, que pode levar meses a anos e subtipos agressivos, de crescimento rápido, levando de dias a semanas e causam mais sintomas e danos no organismo.
Já o Linfoma de Hodgkin corresponde aproximadamente 20% dos casos e pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em jovens na faixa etária dos 25 a 30 anos. Dados do INCA mostram que a incidência se manteve estável nas últimas cinco décadas, enquanto a mortalidade reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 1970, em virtude dos avanços nos tratamentos.
Ainda não se sabe o motivo pelo qual o linfoma se desenvolve. Não parece existir uma causa hereditária bem estabelecida, ou seja, ter algum familiar com a doença aparentemente não aumenta o risco de desenvolver linfoma. Acredita-se que a doença acontece quando alguma célula que do sistema linfático se transforma em célula maligna, crescendo de forma descontrolada e perdendo a sua capacidade de proteger o organismo.
O aumento do risco de linfoma está relacionado com situações que comprometem o sistema imunológico, sendo em função de medicações, como imunossupressores ou alguma doença, como HIV. Entre as infecções virais, o vírus Epstein bar (EBV) tem relação com a doença. Exposição a substâncias químicas como agrotóxicos, benzenos, solventes, radiação ionizante também são considerados fatores de risco, principalmente para os linfomas não Hodgkin.
Prevenção
A prevenção pode ser feita através de hábitos de vida saudáveis, com exercício físico e dieta rica em verdura e frutas. Também é importante evitar exposição a produtos químicos que podem ser carcinogênicos a longo prazo, como os agrotóxicos, derivados do benzeno, solventes etc. Assim, para os profissionais destas áreas é sempre recomendado o uso de equipamento de proteção individual (EPI). O autocuidado é primordial já que na maior parte das vezes a percepção de algum “caroço” é feita pelo próprio paciente.
Daiane afirma que a realização de exames médicos periódicos e de rotina são essenciais na prevenção da doença, pois aumenta as chances de diagnóstico precoce, nos casos da doença em estágio inicial, têm maior chance de cura. A médica orienta que em casos de dúvidas ou na percepção de algum dos sinais ou sintomas, deve-se procurar um médico hematologista, pois é o profissional mais habilitado para a orientação, investigação e tratamento adequado.