Tomamos cada vez mais consciência da importância da nossa saúde emocional. Em meio as rotinas encontramos tantos desafios que, muitas vezes, sentimos alguns sintomas de estresse, ansiedade e até depressão. E isso certamente compromete nossa qualidade de vida. Por outro lado, vários hábitos, costumes e atividades podem influenciar positivamente na saúde emocional, como por exemplo de terapia, um exercício físico de que gostamos e até uma alimentação saudável e equilibrada. Essas são apenas duas formas poderosas de autocuidado.
Quando falamos especificamente da influência da alimentação em nossa saúde mental, sabemos que ela acontece de várias formas. Uma delas é através de nutrientes específicos, como as vitaminas do complexo B e o triptofano, que participam da formação de alguns neurotransmissores. Os antioxidantes dos alimentos, por sua vez, ajudam a neutralizar os radicais livres formados pela alta atividade metabólica do nosso cérebro, essas moléculas são instáveis e associadas a vários problemas. Já as fibras contribuem para o bom funcionamento intestinal, e, dessa maneira, para a produção de neurotransmissores (isso mesmo: muitos deles têm origem em nosso intestino).
Não podemos nos esquecer dos nutrientes anti-inflamatórios, como o ômega-3, que ajudam a atenuar a inflamação, muito comum nos transtornos mentais.
É preciso lembrar, porém, que não nos alimentamos de nutrientes, e sim de comida. Por isso, vale pensar em padrões alimentares equilibrados, que contemplem todos os grupos alimentares: carboidratos, proteínas, lipídeos (as gorduras), vitaminas e minerais. Eles entregam todos os elementos importantes para evitar doenças, inclusive as mentais. Existem algumas dietas bem específicas que foram estudadas por terem fortes relações com a prevenção e o tratamento de doenças ligadas ao cérebro.
A dieta Mediterrânea, por exemplo, agrega muitos nutrientes importantes para a saúde mental, e estudos já mostraram que a adesão a esse padrão é capaz de reduzir sintomas depressivos.
Essa dieta é baseada em alimentos frescos e naturais, entre eles peixes e frutos do mar, leites e derivados, azeite, vegetais e cereais integrais.
Você sabia que água e chás são as bebidas mais indicadas como fontes de hidratação? Na dieta de padrão mediterrâneo também se fala muito sobre o consumo do vinho tinto, porque ele concentra um composto chamado resveratrol, que apresenta vantagens para a saúde mental. Vale observar que a indicação é de apenas uma taça por dia.
Outra dieta bastante estudada é a Dash, que foi elaborada para auxiliar no controle da pressão arterial, onde a sigla em inglês é Dietary Approaches to Stop Hypertension. Traduzindo: abordagens diéticas para parar a hipertensão.
Essa dieta consiste em uma alimentação rica em vegetais, legumes, frutas, grãos integrais, proteínas vegetais, laticínios com baixo teor de gordura, etc. Alguns itens, como carne vermelha e doces, deverão ser evitados. Estudos apontam que esse estilo de menu tem ligação com a melhora de humor.
Temos ainda a dieta Mind em que a tradução da sua sigla significa “Intervenção mediterrânea DASH para atraso neurodegenerativo”, que associa a Mediterrânea com a Dash, trazendo os benefícios das duas. Nessa versão orienta a preferência por grãos integrais, verduras, legumes, castanhas, nozes, amêndoas, aves, peixes, além de frutas vermelhas e arroxeadas. Também há indicação de baixo consumo de alguns ingredientes, como manteiga, frituras e fast-food. Pesquisas já concluíram que uma maior aderência à dieta Mind proporciona um menor risco de depressão.
Como se vê, para cuidar da mente todos os dias é fundamental ficar de olho na alimentação. E lembre-se de cultivar outros hábitos saudáveis, como dormir bem, se exercitar e realizar atividades de lazer e relaxamento. A saúde como um todo agradece.
Fonte: Veja Saúde