Coração grande: o que é, sintomas, causas e tratamento

O coração grande, conhecido como cardiomegalia, não é uma doença em si, mas um sinal de algum problema no coração, como insuficiência cardíaca, doença nas artérias coronárias, alterações nas válvulas do coração ou arritmias, entre outros. Essas condições podem tornar o músculo cardíaco mais espesso ou dilatar as cavidades do coração, resultando no aumento do órgão.

Esse problema é mais comum em pessoas idosas, mas também pode ocorrer em adultos jovens ou crianças que tenham alguma condição cardíaca. Nos estágios iniciais, pode não causar sintomas. Porém, à medida que o coração cresce, sua capacidade de bombear sangue para o corpo fica prejudicada, o que pode levar a sintomas como cansaço extremo e dificuldade para respirar.

Apesar de ser uma condição grave e que pode levar à morte, a cardiomegalia pode ser tratada por um cardiologista com medicamentos ou cirurgia, e tem cura quando identificada no início.

Principais sintomas

Os sintomas de coração grande costumam surgir em fases mais avançadas, sendo os principais:

  • Falta de ar durante esforço físico, em repouso ou quando se está deitado de costas;
  • Palpitações cardíacas;
  • Dor no peito;
  • Tosse, principalmente quando deitado;
  • Tonturas e desmaios;
  • Fraqueza e cansaço ao realizar pequenos esforços;
  • Inchaço nas pernas, tornozelos ou pés;
  • Inchaço excessivo na barriga.

Numa fase inicial, a cardiomegalia, geralmente, não apresenta sintomas, no entanto, com a evolução do problema, o coração começa a apresentar maior dificuldade para bombear o sangue para o corpo de forma adequada. 

É importante consultar um cardiologista logo que esses sintomas apareçam ou procurar um pronto socorro mais próximo se apresentar sintomas de infarto como dor no peito e dificuldade de respirar.

Por que o coração cresce?
O coração pode aumentar de tamanho devido a algumas doenças que provocam inflamação no corpo e aumentam o estresse oxidativo. Isso pode levar ao espessamento e ao alongamento do músculo cardíaco.

Essas mudanças interferem no processo de contração do coração, obrigando-o a trabalhar mais intensamente para garantir o bombeamento de sangue para todo o corpo. Com o tempo, isso pode aumentar o volume do músculo cardíaco, deixando-o sobrecarregado e aumentando o risco de insuficiência cardíaca.

Como confirmar o diagnóstico?

O diagnóstico da cardiomegalia é feito com base no histórico clínico e através de exames como raio X, eletrocardiograma, ecocardiograma, tomografia computadorizada ou ressonância magnética para avaliar o funcionamento do coração. Além disso, podem ser solicitados exames de sangue para detectar os níveis de algumas substâncias no sangue que podem estar causando o problema no coração.

Outros tipos de exames que o cardiologista pode solicitar são o cateterismo, que permite visualizar o coração por dentro e a biópsia do coração, que pode ser feita durante o cateterismo para avaliar danos nas células cardíacas.

Possíveis causas da cardiomegalia

A cardiomegalia normalmente é consequência de algumas doenças como:

  • Doença de Chagas;
  • Hipertensão arterial sistêmica;
  • Obstrução coronariana, insuficiência cardíaca, infarto ou arritmia cardíaca;
  • Cardiomiopatia;
  • Doença das válvulas do coração devido a febre reumática ou infecção no coração como a endocardite;
  • Diabetes;
  • Hipertensão pulmonar ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
  • Insuficiência renal;
  • Anemia;
  • Problemas na glândula tireoide como hipo ou hipertireoidismo;
  • Alcoolismo.

Além disso, alguns medicamentos para tratar o câncer como doxorrubicina, epirrubicina, daunorrubicina ou ciclofosfamida, também podem causar o aparecimento de cardiomegalia.

Apesar de não ser muito comum, durante a gravidez é possível que a mulher apresente o coração grande, principalmente quando existem antecedentes de doenças do coração, quando a mulher tem idade mais avançada, bebem álcool ou fumam, por exemplo. No entanto, esses casos são considerados passageiros, de forma que o coração volta ao tamanho normal após cerca de 1 ano após o início do tratamento.

O coração grande pode voltar ao tamanho normal?

Algumas pessoas podem ter o coração aumentado como consequência de fatores passageiros, como infecção ou gravidez, por exemplo. Nesses casos, o coração pode voltar à normalidade com o tratamento adequado.

No entanto, no caso do coração grande ser consequência de uma doença crônica, é possível que permaneça aumentado, sendo importante continuar a realizar o tratamento indicado pelo médico para controlar os sintomas relacionados com essa alteração.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a cardiomegalia deve ser orientado por um cardiologista e normalmente inclui:

1. Uso de medicamentos

Os medicamentos que o cardiologista pode prescrever para tratar a cardiomegalia são:

  • Diuréticos como furosemida ou indapamida: ajudam a remover o excesso de líquidos do organismo, evitando que se acumulem nas veias e dificultem o batimento cardíaco, além de reduzir o inchaço na barriga e nas pernas, pés e tornozelos;
  • Anti-hipertensivos como captopril, enalapril, losartana, valsartana, carvedilol ou bisoprolol: ajudam a melhorar a dilatação dos vasos, aumentam o fluxo sanguíneo e facilitam o trabalho do coração;
  • Anticoagulantes como varfarina ou aspirina: diminuem a viscosidade do sangue, prevenindo o surgimento de coágulos que podem causar embolias ou AVC;
  • Antiarrítmico como a digoxina: fortalece o músculo cardíaco, facilitando as contrações e permite o bombeamento mais eficaz de sangue.

O uso desses medicamentos deve ser feito somente sob a supervisão de um cardiologista e com doses específicas para cada pessoa. 

2. Colocação de marcapasso

Em alguns casos de cardiomegalia, principalmente em estágios mais avançados, o cardiologista pode indicar a colocação de um marcapasso para coordenar os impulsos elétricos e a contração do músculo cardíaco, melhorando seu funcionamento e facilitando o trabalho do coração. 

3. Transplante de coração

transplante de coração pode ser feito se as outras opções de tratamento não forem eficazes para controlar os sintomas da cardiomegalia, sendo a última opção de tratamento.

4. Cirurgia cardíaca

A cirurgia cardíaca pode ser realizada pelo cardiologista se a causa da cardiomegalia for algum defeito ou alteração nas válvulas do coração. A cirurgia permite reparar ou substituir a válvula afetada.

5. Cirurgia de bypass coronário

A cirurgia de bypass coronário pode ser indicada pelo cardiologista se a cardiomegalia for causada por problemas das artérias coronárias que são responsáveis por irrigar o coração. 

Essa cirurgia permite corrigir e redirecionar o fluxo de sangue da artéria coronária afetada e ajuda a controlar os sintomas de dor no peito e dificuldade de respirar.

Possíveis complicações

As complicações que a cardiomegalia pode causar são:

  • Infarto;
  • Formação de coágulos no sangue;
  • Parada cardíaca;
  • Morte súbita.

Essas complicações dependem de qual parte do coração está aumentada e da causa da cardiomegalia. Por isso, sempre que existe suspeita de algum problema no coração é muito importante procurar ajuda médica.

Quando tempo vive uma pessoa com coração grande?

Como a cardiomegalia pode ser causada por diversos fatores, não é possível determinar o tempo de vida da pessoa, já que isso depende da causa do aumento do coração e do estado geral de saúde da pessoa.

Além disso, caso a pessoa não inicie o tratamento adequado, pode aumentar a gravidade da situação, diminuindo a qualidade de vida e aumentando o risco de mortalidade. Por isso, o ideal é que o cardiologista seja consultado.

Cuidados durante o tratamento

Algumas medidas importantes durante o tratamento da cardiomegalia são: 

  • Não fumar;
  • Manter o peso saudável;
  • Manter os níveis de glicose no sangue controlados e fazer o tratamento da diabetes recomendado pelo médico;
  • Fazer acompanhamento médico para controlar a pressão alta;
  • Evitar bebidas alcoólicas e cafeína;
  • Não usar drogas como cocaína ou anfetaminas;
  • Fazer exercícios físicos recomendados pelo médico;
  • Dormir pelo menos 8 a 9 horas por noite.

É ainda importante fazer acompanhamento com o cardiologista que também deve orientar mudanças na alimentação e a fazer uma dieta equilibrada e pobre em gorduras, açúcar ou sal.

Fonte: Tua Saúde

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