Desmistificando dúvidas sobre a produção do leite materno

Amamentar é muito bom para as mães, crianças, sociedade e o ambiente. Quando os bebês são amamentados, eles estão provando comida de verdade pela primeira vez. O leite materno é único e perfeito para os bebês recém-nascidos, pois atende exatamente às suas necessidades nos primeiros anos de vida. Mesmo que a indústria tente modificar leites de outros animais, como o leite de vaca, para que sejam adequados para crianças pequenas, nenhum outro leite ou alimento é igual ao leite materno. 

Produzido naturalmente pelo corpo da mulher, o leite materno é o único que contém anticorpos e outras substâncias que protegem a criança de infecções comuns enquanto ela estiver sendo amamentada, como diarreias, infecções respiratórias, infecções de ouvidos (otites) e outras.  

Apesar de ser muito bom para mães e bebês, algumas mulheres encontram desafios ao amamentar. Para aquelas que desejam amamentar, há muitas crenças populares que associam o aumento do leite materno ao consumo de certos alimentos. Isso acontece com a canjica, uma comida brasileira feita de milho. Outra sugestão que sempre é passada de geração em geração é a ideia de beber cerveja preta, mas isso é uma bebida alcoólica proibida para mulheres que estão amamentando. Até a quinoa, um cereal cultivado há mais de cinco mil anos na Cordilheira dos Andes, já entrou nessa lista. Mas a verdade é que não existe comprovação científica de que alguma comida ou bebida aumente ou reduza a produção de leite materno. 

No caso da cerveja, o etanol presente, em todas as bebidas alcoólicas, pode alterar a composição do leite, afetando o desenvolvimento da criança e até inibindo o reflexo de descida do leite. O caminho que realmente resolve é mais acessível do que se imagina: o que irá estimular cada vez mais a produção do leite materno é estimular a sucção do bebê no peito e a livre demanda. Ou seja: quanto mais ele mama, mais leite será produzido. Outro ponto que melhora a produção é o consumo de água por parte da mãe. 

Então, vale salientar que choro ou outras reações de insatisfação do bebê, assim como alguns dias sem fazer cocô, não significam necessariamente que a mãe esteja com uma baixa produção de leite. Outro ponto importante que precisa ser reforçado é que a maioria das mulheres produz uma quantidade suficiente de leite, desde que a criança sugue com frequência, por tempo e pega adequados, estimulando a produção do leite e o esvaziamento da mama.  

É fundamental que a mulher esteja tranquila e segura na amamentação. O leite materno é adequado e suficiente para o crescimento e o desenvolvimento adequado das crianças, possuindo calorias, gorduras, proteínas, vitaminas, água e outros nutrientes essenciais na dose certa. Lembrando sempre que o leite materno nunca é fraco. 

Em uma mamada, o leite que sai primeiro pode parecer “ralo” ou “fraco” por ser mais transparente, mas esse leite é muito rico em água, importante para a hidratação da criança, e anticorpos para protegê-la de infecções. Depois da criança mamar por algum tempo, o leite pode ficar mais esbranquiçado ou amarelado por conter mais gorduras. É esse leite que deixa a criança com a sensação de saciedade. Por isso, é importante deixar que ela mame bastante em uma mama antes de oferecer a outra, para que o bebê possa se beneficiar de todas as qualidades do leite materno. 

Mas então o que realmente funciona para aumentar a produção do leite? 

  • A mulher procurar um ambiente mais tranquilo e confortável para amamentar; 
  • Garantir que a ela uma rede de apoio familiar e social, pois o cuidado com a saúde mental da mãe interfere na amamentação;  
  • Melhorar o posicionamento e a pega, se necessário; 
  • Aumentar a frequência das mamadas, inclusive durante a noite; 
  • Livre demanda; 
  • Oferecer as duas mamas quando for amamentar, e o bebê desejar, deixando que  seja esvaziada primeiro uma para depois oferecer a outra; 
  • Massagear a mama durante as mamadas; 
  •  Evitar práticas prejudiciais à amamentação, como oferecer chupeta e mamadeira à criança, usar bicos de silicone, fumar, ingerir bebidas alcoólicas e usar medicamentos por conta própria; 
  • A mulher deve ingerir água em quantidade suficiente para matar a sede e manter-se hidratada; 
  • Consumir uma alimentação adequada e saudável; 
  • Repousar sempre que possível. 

Fonte: GOV BR 

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