O glúten não faz mal para as crianças e excluí-lo pode trazer prejuízos 

Nos últimos anos, muitos nutricionistas tem recebido algumas demandas para orientar dietas de exclusão, em sua maioria motivadas por testes que não tem valor para diagnóstico de alergias alimentares, ou ainda pior, com base em crenças que determinados alimentos teriam um potencial efeito tóxico ao organismo. Nesse segundo caso, o glúten é o campeão e tem sido recorrente a muitos buscarem uma dieta para excluí-lo. 

O impacto de tirar o glúten da dieta sem necessidade: 

O glúten é uma proteína que está presente no trigo, no centeio, na cevada e na aveia e não pode ser ingerido por quem tem o diagnóstico de doença celíaca. 

Retirá-lo do cardápio de uma criança fora desse contexto traz consequências negativas. A seguir, daremos cinco motivos para repensar essa decisão: 

1) Para a enorme maioria das crianças, o glúten passa pelo intestino sem causar nenhuma doença e jamais trará qualquer problema. Até hoje, a ciência não trouxe dados que atestem que o glúten seja tóxico ou que faça mal. 

Uma alimentação balanceada e variada, rica em frutas, vegetais, grãos, carnes e cereais (inclusive os que contém a substância), é a melhor recomendação para a saúde e para a formação do comportamento alimentar das crianças. 

2) O mercado de produtos sem glúten está em franca expansão e é muito bom termos opções. Porém, muitas dessas alternativas estão dentro da categoria dos alimentos ultraprocessados, que têm uma lista grande de ingredientes, com muitos aditivos, ou seja, não são mais saudáveis do que as versões convencionais. 

3) Esse tipo de produto tende a ter menos fibras e vitaminas do complexo B. Sempre que há uma restrição, é interessante que um nutricionista avalie a adequação do consumo de nutrientes de acordo com a faixa etária e faça as correções necessárias para garantir crescimento e desenvolvimento. 

4) A criança frequenta locais em que são servidos alimentos que contêm glúten. Além da escola, festinhas, piqueniques, casa de amigos… Quando é necessário restringí-lo, faz-se uma verdadeira força-tarefa para garantir que não haja consumo acidental e há um grande engajamento da família para garantir opções seguras nos mais diversos ambientes. 

A criança entende que alguns alimentos precisam ser evitados, mas são muitos os desafios. 

5) Caso a família suspeite que a criança tem alguma reação ao consumir o glúten, não deve excluí-lo por conta própria. A decisão dificulta a obtenção de um diagnóstico, já que, para fazer os exames, é necessário consumir glúten regularmente. 

Fonte: Saúde Abril 

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