Atualmente é comum vermos jovens compartilhando histórias nas redes sociais sobre o uso inadequado da pílula do dia seguinte, como por exemplo tomar 72 comprimidos em três meses ou usá-la diariamente como contraceptivo regular. Esses relatos, verídicos ou não, levantam preocupações devido à desinformação. Médicos alertam que usar a pílula do dia seguinte dessa maneira não é seguro para prevenir gravidez e pode ser prejudicial à saúde das mulheres.
Nas histórias viralizadas, as jovens relatam complicações como AVC (acidente vascular cerebral, quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem) e hemorragia pelo uso da pílula do dia seguinte de forma recorrente.
Os médicos, porém, alertam que, desde que tomada na quantidade indicada, NÃO há qualquer evidência de que a medicação possa causar essas complicações.
A pílula do dia seguinte nada mais é do que uma dose de progesterona, um hormônio feminino para ser utilizada como contraceptivo de emergência quando o método convencional (camisinha, anticoncepcional, injeção) falhar.
Pílula do dia seguinte previne gravidez?
A pílula do dia seguinte surgiu no Brasil em 1999 para impedir a gravidez em casos específicos, como com o rompimento do preservativo na hora da relação, se a mulher esqueceu de tomar o anticoncepcional ou em casos de violência sexual. Ou seja, funciona, mas como emergência porque há variáveis.
- Como é a ação da pílula: o remédio tem uma dose de progesterona que age no corpo atrasando a ovulação em até 48 horas para impedir que o espermatozoide encontre o óvulo e a mulher engravide.
- Atenção: A pílula não funciona caso a mulher já tenha ovulado e é importante ressaltar que ela não tem efeito abortivo.
- Os médicos explicam que a pílula é eficaz, mas, em razão da ovulação, não é um método seguro para prevenir a gravidez e para ser considerada como a única forma contraceptiva.
Os critérios para a pílula ser eficaz são:
- tomar a medicação até 72 horas após a relação sexual; e
- não ter ovulado ainda.
Existe um limite seguro para o corpo?
Nos vídeos viralizados, as meninas dizem tomar dezenas de unidades em curto espaço de tempo.
O que os médicos explicam é que a pílula não é uma bomba de hormônio e não tem efeitos colaterais graves quando tomada na quantidade indicada na bula. Em volume além do indicado, não há segurança.
Fonte: G1