A mortalidade materna é um assunto pouco abordado no Brasil, apesar dos índices de mortalidade materna ainda serem muito elevados, conforme observamos os dados registrados no Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, em 2021: o País teve uma média de 107 mortes a cada 100 mil nascimentos.
Em 2021 a pandemia devido a Covid-19 trouxe impactos nos dados de mortalidade materna, sendo responsável por mais de 1500 mortes de mulheres em gestação, mesmo as principais causas de mortalidade materna sendo outras, como hipertensão, infecção e hemorragia, principalmente a pós-parto.
O levantamento dos dados relacionados à mortalidade materna são marcadores sensíveis, isso porquê, podemos identificar regiões com problemas no trato da saúde. “Quando temos uma razão de morte materna muito elevada, significa que, de alguma forma, o nosso sistema de saúde apresenta fragilidades. Então, a gente pode inferir que os Estados que têm uma razão de morte materna mais alta são aqueles que têm mais fragilidades na rede de atenção à saúde no geral, especialmente à saúde materna”, palavras da especialista Rossana, chefe do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP. E a especialista ainda menciona: “se nós olharmos hoje as causas de morte materna, elas podem ser divididas entre evitáveis e não evitáveis e a gente vai ver que grande parte das mortes maternas no Brasil é considerada evitável. Por exemplo, as hemorragias, nós ainda temos muitos hospitais pequenos sem acesso a hemocomponentes, a sangue, e, caso aconteça uma hemorragia, vai ser muito difícil conseguir dar a atenção adequada para essas gestantes”.
Este assunto nos leva a pensar além da displicência com relação a saúde das mulheres gestantes, mas também serve como um alerta sobre como anda o setor de saúde do nosso país. Cada vez mais, buscamos melhorias nesses aspectos, porém, ainda é um longo caminho a ser percorrido. O dia de 27 de maio, ficou marcado como o Dia Nacional da Luta pela Redução da Mortalidade Materna, englobando o objetivo principal de assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Fonte: Uol Viva Bem
